Começou em Nova York nesta segunda, 2, o julgamento civil do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e dois dos seus filhos. Eles são acusados de terem inflacionado durante anos o valor dos seus ativos imobiliários.
Embora não possa ser condenado à prisão por esta acusação, o julgamento será um prelúdio de uma série de processos judiciais que poderão prejudicar a campanha do ex-presidente pela indicação republicana. Nos próximos meses, Trump também terá de comparecer a outros tribunais: para responder a acusações de tentar reverter o resultado das eleições presidenciais de 2020, para um julgamento por fraude contábil, e por gestão negligente de documentos oficiais do governo após deixar a presidência.
Segundo o juiz Arthur Engoron e a promotoria do estado de Nova York, Trump e os diretores do seu grupo teriam “supervalorizado” os seus ativos entre US$ 812 milhões e US$ 2,2 bilhões entre 2014 e 2021 (cerca de R$ 2,1 bilhões e R$ 12,2 bilhões).
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O juiz já ordenou a revogação das licenças comerciais no estado de Nova York do ex-presidente e dois dos seus filhos, Eric e Donald Trump Jr., vice-presidentes executivos da Trump Organization. Também foi ordenado o confisco das empresas que são alvo do processo, que serão confiadas aos liquidatários. Caso seja condenado no julgamento, Trump poderia perder o controle de vários edifícios emblemáticos do seu grupo, como a Trump Tower, na 5ª Avenida de Manhattan.
Ao chegar na entrada do tribunal, Donald Trump falou à imprensa por cerca de dez minutos. Ele chamou o juiz Engoron de “perturbado” e a promotora Letitia James, uma democrata negra, de “racista”. Ele também afirmou:
“Este caso tem a ver com intervenção eleitoral. É um golpe”.
Espera-se que dezenas de testemunhas prestem depoimento no julgamento nas próximas semanas.
Trump, atualmente, é o favorito para conseguir a indicação republicana para a eleição presidencial de 2024.