A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje, 29, nova fase da Operação Lesa Pátria. Os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, na Asa Sul, em Brasília. Durante a ação, os policiais federais apreenderam um celular, arma e o passaporte do militar.
A PF suspeita que o general tem ligação com o grupo conhecido como “kids pretos”, supostos integrantes das Forças Especiais do Exército que teriam dado início às invasões às sedes dos Três Poderes em Brasília. Esses militares integravam cargos de alto escalão no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Segundo imagens gravadas no 8 de janeiro, os primeiros vândalos que abriram passagem para o restante dos manifestantes pelo teto do Congresso Nacional usavam balaclavas e luvas pretas. Segundo depoimento de vários vândalos presos, esses indivíduos teriam aberto as escotilhas de acesso ao teto do Congresso Nacional. A subida até lá só teria sido possível por causa de uma escada feita com gradis amarrados. Depois, eles teriam incentivado outros a entrarem no prédio.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também determinou o bloqueio de ativos e valores do general. Para a investigação, o militar é considerado executor e possivelmente um dos idealizadores dos atos golpistas.
Ridauto Fernandes é ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, ligado ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele foi nomeado para o cargo em julho de 2021 e exonerado no dia 31 de dezembro, último dia do governo Bolsonaro.
Já os kids pretos são formados no Comando de Operações Especiais em Goiânia (GO), ou na 3ª Companhia de Forças Especiais, em Manaus (AM). Esses militares são treinados para atuar em missões com alto grau de risco e sigilo, como em operações de guerra irregular — terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência, insurgência.