Paulo Guttierre Duarte Leite foi condenado a 22 anos de prisão pela morte de Douglas Honório Freitas, de 29 anos. Segundo o Ministério Público (MPE), a vítima era paciente de uma clínica psiquiátrica e foi morta para encobrir crimes de tortura que ocorriam no local. O MPE informou que vai recorrer para aumentar a pena.
O crime começou a ser investigado em julho de 2016, quando Douglas Honório desapareceu enquanto estava internado na clínica, em Araguaína. O dono do local e dois funcionários chegaram a ser presos durante a investigação.
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Na época, a Polícia Civil afirmou que o jovem teria sido torturado antes de desaparecer e a clínica tinha histórico de torturas.
O julgamento do caso foi no dia 30 de agosto, mais de sete anos após a morte. O Tribunal do Júri condenou o réu por homicídio qualificado por emprego de meio cruel, com impossibilidade de defesa da vítima, para esconder outro crime, além de ocultação de cadáver e fraude processual.
O MPE afirma que o tempo da pena foi calculado de forma errada, pois não considerou o agravante de ‘meio cruel e tortura’. Agora, o MPE pediu que a pena seja aumentada para 23 anos e quatro meses de reclusão, e que o réu comece a cumprir a pena imediatamente.
Entenda o caso
O crime aconteceu em 2016 em Araguaína, no norte do Tocantins. Douglas Honório morava em Tucumã (PA) e foi levado pela mãe para ser internado na Clínica Centro Terapêutico de Araguaína (CTA) para receber tratamento psiquiátrico.
Segundo apurado, durante a internação ele foi torturado psicologicamente e agredido fisicamente porque teria danificado uma televisão da clínica. Ele teria sido isolado, dopado e amarrado por Paulo Guttierre.
Conforme a denúncia, depois de alguns dias o réu simulou ter levado a vítima em seu veículo particular para atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde teria acontecido uma suposta fuga. Desde então, a vítima não foi mais vista por ninguém.
Os indícios apontaram que Douglas foi morto por Paulo com auxílio de uma funcionária da clínica. Guttierre teria escondido o corpo no lago da represa do Rio Tocantins, na cidade de Filadélfia.
Ainda segundo a investigação, o crime teria sido cometido para impedir eventual punição decorrente dos crimes de tortura que aconteceram contra os pacientes.