Em sua live semanal “Conversa com o Presidente” desta terça, 5, o presidente Lula (PT) defendeu que a posição individual dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os votos de cada magistrado não sejam divulgados, para tentar diminuir a animosidade contra a instituição ou ministros específicos.
Ele defendeu que apenas os placares das votações deveriam ser conhecidos.
Na live, Lula estava acompanhado do apresentador Marcos Uchôa e do ministro da Educação, Camilo Santana. Ele disse:
“Se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber… votou, a maioria [ganha]. 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2… não precisa ninguém saber se foi o Uchôa que votou, se foi o Camilo que votou.
Porque aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz. Então, para a gente não criar animosidade, eu acho que era preciso começar a pensar se não é o jeito de a gente começar a mudar o que tá acontecendo no Brasil, porque do jeito que vai, daqui a pouco um ministro da Suprema Corte não pode mais sair na rua, não pode mais passear com a sua família, porque tem um cara que não gostou de uma decisão dele”.
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Nas últimas semanas, o ministro Cristiano Zanin, indicado por Lula ao STF, foi criticado nas redes sociais por ter dado votos supostamente conservadores no plenário da Corte, a respeito de temas como descriminalização da maconha e penalização da LGBTQIA+fobia. E em julho, o ministro Alexandre de Moraes foi hostilizado por brasileiros em Roma, e teve o filho agredido no incidente.
Lula não citou Zanin especificamente, nem explicou qual deveria ser o novo modelo de votação na Corte para que os votos de cada magistrado não se tornassem públicos.
Atualmente, no Brasil os julgamentos realizados no plenário do STF são transmitidos pela TV Justiça. O sinal também é reproduzido por outras emissoras de TV aberta e fechada. Nos julgamentos no chamado ‘plenário virtual’, é possível acompanhar no site do STF como cada ministro votou.