Internado desde o dia 5 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratar uma insuficiência cardíaca e fazer diálise, o apresentador Fausto Silva, o Faustão, entrou na fila do transplante para receber um novo coração. Mas Faustão não é o único neste cenário. Mais de 300 pacientes estão na mesma fila que o apresentador.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, de 16 de agosto, 386 pessoas aguardam pelo órgão no Brasil. O país tem uma lista única com todas as pessoas que precisam de transplante, que é gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
De acordo com o médico João Vicente da Silveira, doutor em medicina e especialista em cardiologia, após a inclusão, o paciente precisa esperar chegar a sua vez.
No entanto, em casos muito grave, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o paciente torna-se prioritário.
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“Esse paciente passa na frente. Por exemplo, o Faustão está hoje na UTI. Ele está tomando medicamentos na veia para fazer o coração bater mais forte. Só que isso é momentâneo. Isso não é eterno. Então como ele está com uma gravidade maior, ele ‘fura a fila’, mas tem que estar na UTI e ser justificado”, explica.
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e já estão aguardando em uma lista de espera unificada e informatizada. A posição na lista de espera é definida por critérios técnicos como tempo de espera e urgência do procedimento, compatibilidade sanguínea entre doador e receptor. A compatibilidade genética entre doador e receptores, quando necessária, é determinada por exames laboratoriais.
Outro fator importante é a localização, pois é necessário entender o tempo de duração do órgão fora do corpo. Dependendo do prazo, é preciso um avião para o transporte até o destino.
SUS
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo, que é garantido a toda a população por meio do SUS, responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país.
No Brasil, o órgão mais esperado para transplante é o rim, com 36.690 pessoas na fila de espera. A córnea está em segundo lugar, com 25.689, e o fígado na sequência, com 2.253. O coração, caso do apresentador Fausto Silva, está em 5º lugar.
O estado com mais pessoas na fila de transplante é São Paulo que tem 23.671. O segundo é Minas Gerais, que tem 7.096, seguido por Rio de Janeiro, com 6.138.
Até o último dia 16, foram realizados 11.264 transplantes no Brasil este ano, sendo 5.946 de córnea, 3.544 de rim, e 1.417 de fígado. Foram 244 transplantes de coração.
No mesmo período de 2022, foram 16.733 transplantes no país.
Com informações do Ministério da Saúde / Folha de S. Paulo