Ocorreu hoje, 16, em Brasília, a Marcha das Margaridas 2023, evento que reuniu cerca de 100 mil mulheres em busca de garantia de direitos, fim às desigualdades de gênero, classe e étnico-raciais, e de enfrentar a violência de gênero. Ao final da marcha, na tarde de hoje, o presidente Lula fez um discurso, no qual anunciou o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios.
O Ministério das Mulheres vai coordenar as ações governamentais com o objetivo de prevenir as mortes violentas de mulheres, em razão da desigualdade de gênero e da violência doméstica. O pacto também terá a missão de garantir os direitos e o acesso à justiça às mulheres vítimas da violência e aos seus familiares.
Ao lado de vários ministros, que também estavam presentes no evento, e da primeira-dama Janja, Lula disse:
“É preciso criar uma cultura de respeito no campo e nas cidades. Não toleraremos mais discriminação, misoginia e violência de gênero. Não podemos conviver com tantas mulheres sendo agredidas e mortas diariamente dentro de suas casas, como também não é possível achar normal que, exercendo a mesma função, uma mulher ganhe menos que um homem.
Os poderosos, os fascistas, os golpistas podem matar uma, duas ou três margaridas, mas jamais resistirão à chegada da primavera”.
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Como ação inicial do Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídio, serão entregues 270 unidades móveis para realizar o atendimento direto de acolhimento e orientação às mulheres, além de 10 carros, em que a metade servirá para locomoção das equipes e a outra parte para transportar os equipamentos de atendimento às usuárias. Nas localidades onde é necessário o serviço fluvial para o atendimento, o Ministério das Mulheres vai encaminhar barcos e lanchas.
O Ministério da Mulheres também anunciou a criação do Fórum Nacional Permanente de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas; e do programa “Oi, Mulheres!”, a Ouvidoria Itinerante do ministério, que vai levar profissionais da pasta para escutar as mulheres diretamente nos espaços que elas moram.
Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve crescimento de todas as formas de violência contra a mulher. O ano de 2022 registrou 1.437 feminicídios, uma alta de 6% em relação ao ano anterior.