O criminalista Cezar Bitencourt assumiu a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, preso desde maio sob suspeita de adulterar dados de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de familiares e pessoas do seu entorno.
No final de semana, o advogado anterior de Cid, Bernardo Fenelon, deixou a defesa do seu cliente.
Bitencourt, que assumiu o caso na noite de terça, 15, e ainda não falou com seu cliente, é um crítico das delações premiadas. Nos bastidores, pessoas próximas à família de Cid afirmam que esse advogado foi escolhido para atuar na defesa técnica, descartando a possibilidade de delação.
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Em entrevista à Globo News na manhã de hoje, Bitencourt afirmou que Cid “é só um assessor, que cumpre ordens”. Ele disse:
“Na verdade, ele é um militar, mas ele é um assessor. Assessor cumpre ordens do chefe. Assessor militar com muito mais razão. O civil pode até se desviar, mas o militar tem por formação essa obediência hierárquica. Então, alguém mandou, alguém determinou. Ele é só o assessor. Assessor faz o quê? Assessora, cumpre ordens”.
Bitencourt já atuou na defesa de casos da Operação Lava Jato. É autor de livros de direito penal e professor do doutorado e mestrado em ciências criminais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Na semana passada, Cid foi alvo de operação da Polícia Federal que investiga possível venda ilegal de joias e itens recebidos como presentes oficiais durante a gestão Jair Bolsonaro. O general Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel, também foi alvo.
Bitencourt deve se encontrar com o tenente-coronel no fim da tarde desta quarta.