O nome do advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, aparece no recibo da recompra de um relógio Rolex nos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela Polícia Federal, que investiga a venda ilegal de joias e itens recebidos pela presidência durante o governo do ex-presidente.
O item teria sido um presente recebido em viagem oficial no governo Bolsonaro, e vendido ilegalmente no exterior. Estariam envolvidos no esquema, segundo as investigações, além de Wassef, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o pai dele, o general Mauro Lourena Cid; e o assessor Osmar Crivelatti.
No caso em questão, o relógio Rolex foi vendido de forma ilegal. O advogado da família Bolsonaro foi escalado para ir aos Estados Unidos recomprar o Rolex, depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o presente fosse devolvido para a União, porque ele não era um bem de natureza personalíssima. Oficialmente, a equipe de Bolsonaro afirmava que o relógio estava no Brasil e seria devolvido para a União.
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A PF vai chamar Wassef para depor: as investigações querem determinar quem lhe deu o dinheiro para recomprar o relógio, e como ele recebeu os valores, se foi em espécie ou transferência bancária.
A PF acredita que o recibo é uma “prova contundente” contra o advogado do ex-presidente.
A defesa do ex-presidente Bolsonaro se pronunciou após a operação da PF na última sexta, 11:
“Sobre os fatos ventilados na data de hoje nos veículos de imprensa nacional, a defesa do Presidente Jair Bolsonaro voluntariamente e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU — ainda em meados de março, p.p. —, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito.
O Presidente Bolsonaro reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”.
Já Wassef, em nota divulgada no domingo, 13, se disse vítima de “fake news”. Leia abaixo:
“Como advogado de Jair Messias Bolsonaro, venho informar que, mais uma vez, estou sofrendo uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto. Fui acusado falsamente de ter um papel central em um suposto esquema de vendas de joias. Isso é calúnia que venho sofrendo e pura mentira. Total armação.
A primeira vez que tomei conhecimento da existência das joias foi no início deste ano de 2023 pela imprensa. Quando liguei para Jair Bolsonaro, ele me autorizou, como seu advogado, a dar entrevistas e fazer uma nota à imprensa. Antes disso, jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta nem indireta. Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda.
A Polícia Federal efetuou busca em minha residência no Morumbi, em São Paulo, e não encontrou nada de irregular ou ilegal, não tendo apreendido nenhum objeto, joias ou dinheiro. Fui exposto em toda televisão com graves mentiras e calúnias”.