A Polícia Civil do Paraná informou nesta quarta-feira, 28, que o jovem de 18 anos preso em Gravatá, Pernambuco, no último dia 21, é o mentor intelectual do ataque a escola em Cambé que deixou dois adolescentes mortos. Esse jovem e o atirador se conheceram em 2021.
Segundo os investigadores, ele tinha um grupo na internet que incentivava e estimulava atos de violência e pagava bônus a quem cometesse atos de crueldade. O atirador de Cambé, por exemplo, tinha planejado originalmente cometer o ataque em 20 de abril, data do massacre de Columbine, nos Estados Unidos, ocorrido em 1999, mas desistiu.
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No dia 19, o atirador, um ex-aluno de 21 anos, entrou sozinho no Colégio Estadual Professora Helena Kolody e atirou contra dois alunos, o casal de namorados Karoline Verri Alves, 17, e Luan Augusto da Silva, 16, que morreram. O atirador foi preso minutos depois e levado para a Casa de Custódia de Londrina, cidade vizinha.
Um dia depois do ataque, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que ele foi encontrado morto na cela. Há suspeita de suicídio, mas as investigações ainda não foram concluídas.
A Polícia Civil informou que, antes de iniciar o ataque, o atirador entrou no banheiro da escola e ficou lá por alguns minutos. Ele então publicou nas redes sociais um documento escrito por ele e pelo jovem apontado como mentor do ataque, um manifesto, e nele apontava o bullying sofrido na escola anos antes como motivador para o crime.
Após a prisão dele, a polícia derrubou o seu perfil no Facebook.
De acordo com o delegado de Cambé, Paulo Henrique Costa, responsável pelo inquérito, “tudo foi planejado por aplicativos e inspirado em atos cruéis compartilhados na deepweb”.
Desde o crime, mais quatro pessoas já foram presas por suspeita de envolvimento no crime, além do atirador. Os últimos dois homens detidos, em Rolândia (PR), foram presos pela venda da arma usada no crime, mas segundo o delegado, eles não tinham conhecimento de como ela seria utilizada.