O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou na última segunda-feira (19) que há risco real de Vladimir Putin, presidente da Rússia, usar armas nucleares táticas para alvos militares na Ucrânia. A afirmação foi feita durante um encontro com doadores de campanha, na Califórnia.
Anteriormente, Biden já havia considerado “absolutamente irresponsável” a decisão russa de posicionar armas nucleares táticas em Belarus, país vizinho aliado dos russos. Segundo Putin, essas armas já foram colocadas em posições estratégicas.
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Ante a crítica norte-americana, a Rússia afirmou que a posição de Biden é hipócrita, considerando que Washington tem cerca de cem armas táticas estocadas em seis bases de aliados da Otan na Europa.
Enquanto Biden alerta sobre o possível uso de armas nucleares contra a Ucrânia, a Rússia afirma que os ucranianos planejam atacar a Crimeia, península anexada pelos russos em 2014, com mísseis norte-americanos e britânicos.
“Segundo nossas informações, a liderança das Forças Armadas da Ucrânia planeja atacar o território da Federação Russa, incluindo a Crimeia, com mísseis Himars e Storm Shadow”, disse o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu, em encontro com generais.
Ele complementou: “O uso desses mísseis fora da zona da operação militar especial significará o total envolvimento de EUA e Reino Unido no conflito e levará a ataques imediatos a centros de decisão na Ucrânia.”
Essas declarações demonstram temor da Rússia quanto à nova tática da Ucrânia, de atacar a Crimeia. O governo de Putin anexou, depois da invasão, que já dura um ano e quatro meses, quatro regiões ucranianas: Donetsk e Lugansk (leste) e Zaporíjia e Kherson (sul).
Nesta segunda-feira, 20, a Rússia atacou a capital ucraniana com dezenas de drones camicases, fabricados pelo Irã. Alertas de ataque aéreo soaram em Kiev e em grande parte do país pouco antes das 3 horas da manhã, quando as autoridades avisaram aos civis para se abrigarem.