Após uma luta de quase cinco anos, finalmente a Comissão Parlamentar de Inquérito das Organizações Não Governamentais (CPI das ONGs) no Senado foi instalada, na noite de quarta-feira (14). Plínio Valério, autor da CPI, foi eleito presidente da comissão por unanimidade. Márcio Bittar foi indicado como membro da Comissão, enquanto Jaime Bagatolli foi eleito vice-presidente. O líder do governo, Jaques Wagner, também estava presente na instalação da CPI.
Plínio enfatizou que a CPI não deve se tornar um circo com objetivos políticos, como ocorreu em comissões passadas. Ele deixou claro que a CPI não é contra o governo nem visa demonizar as ONGs, mas atenderá ao sentimento dos habitantes da Amazônia, que estão cansados de serem usados por algumas organizações que não contribuem positivamente para a região e ameaçam a soberania nacional. Plínio destacou ainda a importância de trabalhar de forma coesa, sem divisões de governo e oposição
O senador ressaltou que a CPI buscará investigar as ONGs que recebem recursos em nome da Amazônia, mas não realizam ações efetivas em prol da região. Ele destacou que a Amazônia não é apenas uma floresta, mas também o lar de seres humanos que habitam a região.
“Eu sei da missão que nós agora vamos cumprir e do fardo que escolhemos carregar. Costumo dizer que na vida a gente tem muitos fardos para escolher qual carregar,e quando a gente escolhe, esse fardo não pode ser pesado, porque a gente o escolheu. Que fique claro para os que estão aqui e ouvindo: esta CPI não é contra o Governo. Esta CPI não é para demonizar ONGs. Esta CPI é para satisfazer o sentimento dos amazônidas que já não suportam mais ser usados, utilizados por algumas ONGs que prestam desserviço ao país, ameaçando mesmo – e não é chavão – a nossa soberania”, disse Plínio no discurso de abertura da CPI.
Convocados para depor
Segundo o Plínio Valério, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) será uma das convocadas para depor no âmbito nas investigações da CPI. Segundo o senador, há contratos da Fundação que ao todo somam R$ 58 milhões.
“Eles são encarregados do Bolso Floresta e eles estão dizendo que estão aplicando deles mesmo com o dinheiro de dividendos de aplicação deles. A gente vai chamar o ISA [Instituto Socio Ambiental] também mas não vai ser logo nas primeiras sessões. Primeiro devemos ouvir os indígenas que se sentem injustiçados”, disse Plínio.