O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, ficou em silêncio durante seu depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 18. Ele está preso há duas semanas devido à investigação sobre adulteração de dados de vacinação de Bolsonaro e outras pessoas no entorno do ex-presidente.
Ele foi depor hoje à PF para dar explicação sobre a suposta fraude no sistema de vacinação. Cid chegou às 14h20 e deixou o local às 15h sem responder a nenhuma pergunta.
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O próprio Bolsonaro depôs na última terça, dois dias antes, sobre o caso. Em seu depoimento, afirmou que não sabia de esquema para adulterar seu certificado de vacinação, e que se o tenente-coronel o fez, foi “à sua revelia e sem o seu conhecimento”.
De acordo com as investigações, foi inserida de forma irregular no sistema do Ministério da Saúde a informação falsa de que Bolsonaro, a sua filha Laura, e pessoas próximas tomaram doses de vacina contra a Covid, incluindo Cid e alguns familiares. O ex-presidente disse que nem ele nem sua filha se vacinaram.
Os dados foram inseridos no sistema em dezembro de 2022. Em seguida, a conta de Bolsonaro no aplicativo ConecteSus, do ministério, emitiu o comprovante de vacinação. Depois, o registro falso da vacina foi apagado.
A PF suspeita que os dados tenham sido adulterados para facilitar a entrada de Bolsonaro e seu entorno nos Estados Unidos, para onde ele viajou no final de 2022.
Mauro Cid foi homem de confiança e faz-tudo de Bolsonaro durante o seu governo.