A gasolina vendida nos postos de combustíveis em Manaus é uma das mais caras do país, conforme levantamento feito pelo Observatório Social do Petróleo (OSP). Apesar de sediar a Refinaria da Amazônia (Ream), antiga Refinaria Isaac Sabbá (Reman), e mesmo com a inflação em baixa no País, segundo o Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE), o manauense segue pagando caro pelo combustível produzido pelo grupo Atem.
De acordo com o IBGE, a inflação ficou em 0,71% em março, puxada pela volta de impostos sobre combustíveis. Apesar do avanço, o resultado aponta para uma desaceleração em relação ao mês de fevereiro, quando ficou em 0,84%. Atualmente, o preço médio no litro da gasolina vendido no país, segundo a Petrobras é de R$ 5,50, mas não é o que os cidadãos da capital amazonense têm encontrado nas bombas dos postos da cidade, já que em alguns lugares chega-se a cobrar do consumidor R$ 6,50, uma diferença de R$ 1,0 por litro do combustível vendido pela Reman, do grupo Atem.
A Reman teve a propriedade transferida no dia 1º de dezembro para a empresa Atem Distribuidora, que faz parte de um grupo empresarial amazonense. O negócio envolveu US$ 257,2 milhões – cerca de R$ 1,3 bilhão – e contrariou pedido expresso do governo de transição indicado pelo novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde então, a Atem promoveu cinco reduções e sete aumentos da gasolina, de acordo com o OSP. O levantamento divulgado no mês de fevereiro, foi baseado em dados disponibilizados pela própria Remam, Petrobras e Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Após esses aumentos, a gasolina vendida em postos de combustíveis aos consumidores da região Norte, atendida pela Ream, tornou-se a mais cara do país. A região, que tinha frequentemente a gasolina mais barata do país, passou a ter o combustível 9,3% mais caro do que a média nacional. O cálculo leva em conta o valor médio do combustível desde o início de janeiro até 12 de fevereiro.
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Números
A Ream para pelo litro da gasolina R$ 2,25 por litro, conforme dados do site da Petrobras, disponível para quem quiser acessar. Se comparado o Amazonas paga quase R$ 0,5 do preço cobrado a outros lugares do país, apesar das dificuldades logísticas.
Em São Paulo, por exemplo, apesar de ser o estado mais populoso do país, e ter o custo de vida considerado um dos mais caros do Brasil, o combustível é revendido para a população a R$ 5,31 o litro, a Refinaria de Paulínia (Replan) paga para a Petrobras R$ 2,33 por litro.