O governo Lula, que acaba de completar três meses, é considerado “ótimo” ou “bom” por 38% dos entrevistados em pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, enquanto 29% consideraram esse início de gestão “ruim” ou “péssimo” e 30% o classificaram como “regular”. Os números são os piores para o petista em seus três mandatos: com três meses de governo em 2003, Lula tinha 43% de aprovação e apenas 10% de reprovação; quatro anos depois, no início de 2007, ele era aprovado por 48% e reprovado por 14%. Além disso, segundo o jornal Folha de S.Paulo, o atual índice de “ruim/péssimo” de Lula iguala sua pior marca nos oito anos anteriores de governo, obtida em 2005, durante o escândalo do mensalão.
Ainda de acordo com a pesquisa, 51% dos entrevistados disseram que Lula fez menos que o esperado neste início de governo, contra 25% que consideraram que ele fez o esperado, e 18% para os quais Lula superou as expectativas. Apesar disso, 50% dos eleitores ouvidos pelo instituto ainda acham que o presidente fará um governo “ótimo” ou “bom”, enquanto 27% julgam que o governo será “regular” e 21% acreditam que o governo será “ruim” ou “péssimo”. Por fim, 28% dos entrevistados dizem que Lula cumprirá a maioria das promessas feitas durante a campanha, contra 50% para os quais o presidente cumprirá parte do que foi prometido e 21% segundo os quais Lula não honrará nenhuma promessa.
Apesar de eleito com um discurso de “união” nacional, nestes primeiros três meses Lula deu pouco espaço no governo aos aliados de campanha, já enfrenta escândalos envolvendo ministros (especialmente Juscelino Filho, das Comunicações), vem lançando ataques contra o setor produtivo e o agronegócio, fez acenos à ditadura socialista da Nicarágua em fóruns internacionais como a ONU, está empenhado em controlar o discurso público por meio de iniciativas como órgãos apelidados de “Ministério da Verdade”, e chegou a chamar de “armação” um plano descoberto pela Polícia Federal e pelo Ministério Público no qual o PCC pretendia sequestrar e matar autoridades, incluindo o senador Sergio Moro