Nova reportagem do Estadão apontou hoje, 28, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu um terceiro conjunto de joias, presentes da Arábia Saudita durante o seu mandato. Bolsonaro recebeu os presentes durante viagem a Doha, no Qatar, durante 28 e 30 de outubro de 2019.
Segundo a apuração, o ex-presidente deu ordens para que o conjunto, avaliado em cerca de R$ 500 mil, fosse levado ao seu acervo pessoal, e em 2022 teria dado ordens para ter o conjunto fisicamente em mãos.
Leia mais:
Defesa de Bolsonaro entrega joias e armas em Brasília
Omar Aziz defende convocar Bolsonaro e ex-ministro para explicar caso das joias
O conjunto seria composto de:
- Um relógio Rolex com diamantes avaliado em R$ 360 mil
- Uma caneta da marca Chopard prateada, com pedras encrustadas
- Um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro e outros diamantes ao redor
- Um anel em ouro branco com um diamante no centro e outros em forma de “baguette” ao redor
- Uma “masbaha”, um tipo de rosário árabe, feito de ouro branco e com pingentes cravejados em brilhantes.
A defesa de Bolsonaro emitiu nota confirmando o recebimento dos itens e alegando que “todos os bens foram devidamente registrados, catalogados e incluídos no acervo da Presidência”, conforme manda a legislação. A nota ainda informa que o ex-presidente está “à disposição” para entregar os itens, “caso seja necessário”.
A controvérsia em torno das joias da Arábia Saudita foi revelada há um mês, quando foi divulgado que o governo tentou reaver, várias vezes, um conjunto de joias, supostamente presentes à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, avaliado em R$ 16,5 milhões. Essas joias foram trazidas ao Brasil em 2021 na mala de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e foram interceptadas pela Receita Federal por não terem sido declaradas.
Um segundo conjunto, acompanhado de algumas armas, foi devolvido pelo advogado de Bolsonaro em Brasília na semana passada.
Segundo determinação do TCU (Tribunal de Contas da União), apenas itens “personalíssimos” e de baixo valor pode ficar como patrimônio privado do presidente. Itens como tais presentes da Arábia Saudita teriam de ser incorporados ao acervo da Presidência.