Dois episódios históricos que destacam a garra e a luta feminina são os motivos mais comuns citados como a razão da existência do Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março.
Um deles aconteceu em 1911 neste mesmo dia, quando funcionárias de uma fábrica da Triangle Shirtwaist Company em Nova York, nos Estados Unidos, entraram em greve reivindicando melhores condições de trabalho. Elas pediam uma jornada de trabalho menor (de 16 para 10 horas diárias), que seus salários fossem iguais aos dos homens e melhor tratamento no ambiente de trabalho.
A desigualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função ainda é uma realidade no Brasil e no mundo a fora nos dias de hoje. Segundo a ONU, a brecha salarial de gênero no mundo é de 16%, o que significa que as trabalhadoras ganham ao redor de 84% do que ganham os homens. Essa diferença pode ser ainda maior no caso das mulheres negras, imigrantes e mulheres que são mães.
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Ainda fortalecendo a data, um outro fato histórico e cruel aconteceu no dia 25 de março. Uma fábrica de roupas de Nova York, nos Estados Unidos, onde mulheres trabalhavam em pleno sábado à tarde, começou a pegar fogo. Os donos da Triangle Shirtwaist Factory já possuíam um histórico de incêndios suspeitos, possivelmente para ganhar o dinheiro do seguro.
O mais suspeito foi que, o incêndio aconteceu dois anos depois que a fábrica havia sido um dos principais alvos da greve dos trabalhadores da indústria do vestuário, liderada por mulheres do Sindicato de Trabalhadoras dos EUA, com a ativista de origem ucraniana Clara Lemlich à frente. O movimento pedia melhores salários, jornada de 10 horas por dia (em vez de 12) e igualdade entre homens e mulheres.
Os fatos foram marcantes na época, mas só 66 anos depois, em 1977, foi que a ONU declarou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, para homenagear as lutas feministas por igualdade, justiça e respeito.
O Incêndio da Triangle Shirtwais Factory é tido como o mais mortal acidente de trabalho da história de Nova York e resultou em modificações nas leis trabalhistas norte-americanas. Mesmo com outras teorias que podem motivar a existência do dia 8 de março, a morte das trabalhadoras da fábrica é sempre lembrada como a razão principal.