De acordo com determinação do Ministro da Justiça Flávio Dino, a Polícia Federal abriu investigação para apurar se o governo brasileiro ofereceu algum tipo de contrapartida comercial à Arábia Saudita no caso das joias dadas como presente ao então presidente Jair Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em 2021. O conjunto de joias é avaliado em R$ 16,5 milhões e tem despertado controvérsia desde que o caso foi revelado.
Nessa apuração, a PF deve analisar negócios fechados durante o governo Bolsonaro com investidores sauditas e com o próprio governo do país árabe. A intenção é verificar se o governo do Brasil concedeu alguma vantagem à Arábia Saudita fora dos padrões de mercado.
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Tudo começou quando foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo que em outubro de 2021, um militar ligado ao então ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque tentou desembarcar no Brasil com artigos de luxo, entre eles as joias árabes destinadas a Michelle. Como não foi pago o Imposto de Importação e os bens não foram declarados, as joias e demais artigos foram apreendidas pela Receita Federal, no Aeroporto de Guarulhos.
O problema é que o governo de Jair Bolsonaro fez diversas tentativas de reaver as joias, sem sucesso, incluindo uma às vésperas da partida do ex-presidente para os Estados Unidos no final de 2022. Bolsonaro viajou para a Flórida em 30 de dezembro, antes da posse do presidente Lula, e permanece nos EUA desde então.
Michelle Bolsonaro, por sua vez, afirmou que só tomou conhecimento do escândalo quando as notícias foram divulgadas na imprensa. Segundo ela, o marido não lhe teria contado nada a respeito das joias.
Michelle, cujo nome tem sido aventado como uma possibilidade política dentro do PL para liderar uma candidatura conservadora no país, disse a interlocutores que está consultando advogados para saber o que fazer, e afirmou que tenta encontrar uma forma de retirar as joias da Receita Federal e devolvê-las à Arábia Saudita.