O vereador Marcelo Serafim (Avante), que já foi o líder do prefeito David Almeida na Câmara Municipal de Manaus, falou hoje, 8, à Onda Digital num teor de oposição, embora tenha se definido como “independente”. Ele foi perguntado pelo repórter Patrick Motta sobre trabalho em comissão da casa, e Serafim afirmou:
“Não estou presidindo nenhuma comissão. Havia um posicionamento: Ganhamos a eleição da presidência da casa e as comissões foram divididas igualitariamente, 11 para o grupo do vereadores que apoiaram a candidatura do prefeito e 11 para o grupo dos vereadores que apoiaram a candidatura do presidente Caio André. Houve movimentos externos à Câmara, algumas lideranças foram trocadas, e o prefeito conseguiu reverter o jogo aqui dentro. O grupo ligado a ele ficou com todas as comissões, praticamente.
Isso não une o parlamento. Pelo contrário, aumenta ainda mais a divisão. Mas essa é a conduta do prefeito David Almeida, o que a gente lamenta”.
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Ele continuou:
“Vamos continuar trabalhando para mostrar nos próximos 2 anos que a Câmara precisa estar unida, defendendo os interesses da cidade. Se o prefeito mandar para cá matérias de interesse para a cidade, a Câmara aprovará. E quando não, haverá debate e esse acirramento vai continuar.
Essa minha fala é de independência, não de oposição. Eu já estava me posicionando assim aqui, e continuarei. Sou amigo pessoal do prefeito, mas politicamente, a gente tem que fazer o que é interessante para a cidade de Manaus. As ideias brigam, os homens jamais”.
Serafim destacou especialmente o pedido de empréstimo que o prefeito já anunciou que vai enviar à casa neste primeiro semestre, como uma possível fonte de embate entre a Prefeitura e a Câmara:
“O prefeito já anunciou que mandará uma solicitação de empréstimo de 1 bilhão e 600 milhões de reais. Vai ser um embate, um debate muito importante no parlamento, e nós vamos decidir se a cidade será endividada pelos próximos anos ou não. Será uma discussão bem exaustiva, porque não dá pra aprovar um empréstimo desse sem saber exatamente o que vai ser feito com o dinheiro. No final do ano a Prefeitura tinha 1 bilhão e 100 milhões em caixa. Não dá para uma prefeitura ficar com esse valor em caixa, nossa cidade precisa de obras estruturantes e esse dinheiro investido na cidade pode gerar empregos, arrecadação de impostos, girando a economia. A gente não quer dinheiro na conta, rendendo”.
No entanto, o vereador ainda vai participar da Comissão da Saúde. Ele disse:
“Estarei atuando, defendendo tanto a saúde pública quanto os servidores”.