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Trabalhadores da França fazem greve contra reforma da previdência

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Maquinistas, professores e trabalhadores de refinarias da França estão entre os que cruzaram os braços nesta quinta-feira (19) em um dia nacional de greves contra os planos do governo de aumentar a idade de aposentadoria em dois anos para 64 anos.As greves e os protestos esperados em todo o país são um grande teste para o presidente Emmanuel Macron, que diz que seu plano de reforma previdenciária, que as pesquisas de opinião mostram ser extremamente impopular, é vital para garantir que o sistema não quebre.

O desafio para os sindicatos é transformar a oposição à reforma – e a raiva pela crise do custo de vida – em um protesto social em massa que acabaria por forçar o governo a mudar de rumo.

“Precisamos que muitas pessoas se juntem aos protestos”, disse Laurent Berger, chefe do maior sindicato da França, o CFDT. “As pessoas são contra essa reforma… precisamos mostrar isso (nas ruas)”, afirmou.

Ele e outros líderes sindicais, que devem anunciar mais greves e protestos hoje à noite, disseram que a quinta-feira foi apenas o começo.

“Não há nada de bom nesta reforma”, afirmou Rozenn Cros, na cidade de Cannes, no sul da França, enquanto ela e outros professores se preparavam para a paralisação com faixas como “Não a 64”.

Para Macron, estão em jogo suas credenciais reformistas, tanto dentro do país quanto com seus pares da União Europeia, além de manter os gastos públicos sob controle.

Alterar a idade de aposentadoria em dois anos e estender o período de pagamento traria 17,7 bilhões de euros adicionais em contribuições anuais para pensões, permitindo que o sistema chegue ao ponto de equilíbrio até 2027, segundo estimativas do Ministério do Trabalho da França.

“Esta reforma é necessária e justa”, disse o ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, à LCI TV.

Ainda nesta quinta, o transporte público foi severamente atingido. Apenas algumas linhas de TGV de alta velocidade estavam operando, com quase nenhum trem local ou regional circulando, disse a operadora ferroviária SNCF. Em Paris, algumas estações de metrô foram fechadas e o trânsito foi afetado.

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Na movimentada estação Gare du Nord, as pessoas corriam para pegar os poucos trens que ainda operavam, enquanto funcionários de coletes amarelos auxiliavam os passageiros exaustos.

Zoheir Djema, de 42 anos, que chegou à estação vindo de Chantilly, disse que voltaria para casa depois de descobrir que não haveria trens de volta à tarde. A funcionária de restaurante Beverly Gahinet, que faltou ao trabalho porque seu trem foi cancelado, disse que concorda com a greve, mesmo que não participe. Mas nem todos foram tão compreensivos.

“Não entendo, são sempre as mesmas (pessoas) que estão em greve… e nós que somos atingidos”, disse a corretora Virginie Pinto.

Com informações da Agência Brasil

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